Este Projeto consiste em um curso de Ensino Médio Integrado à formação técnica em agropecuária para jovens e adultos da agricultura familiar do estado da Bahia, sob o formato da “pedagogia da alternância”, e tem como foco a organização social e desenvolvimento sustentável e solidário da agricultura familiar. O mesmo está sendo executado através das parcerias: Centro Estadual de Educação Profissional - Semiárido localizado no município de São Domingos (CEEP – Semiárido); Superintendência de Educação Profissional do Estado da Bahia (SUPROF/SEC/BA); Federação dos Agricultores na Agricultura familiar no estado da Bahia (FETRAF/BA) e Escola Família Agrícola do município de Valente (EFA Valente).
A turma atual, de âmbito estadual, é composta por 25 estudantes agricultores familiares e dirigentes sindicais, oriundos de treze municípios de oito territórios do estado. A faixa etária dos alunos é bastante diversificada, sendo que nesta turma inclui estudantes entre 18 e 51 anos de idade que trazem consigo uma vasta diversidade cultural, fator importante para enriquecimento do processo de aprendizagem.
A estrutura do curso se processa na modalidade semi-presencial, não seriada, organizada em tempos presenciais e não presenciais, em regime de alternância. Na alternância, parte-se do pressuposto de que o conhecimento é construído na interpretação da própria realidade e da práxis e de que a vida ensina mais que a escola, justificando assim a continuidade da aprendizagem na descontinuidade do espaço, conjugando momentos de aprendizagem em períodos distintos e ligados entre si (comunidade-escola-comunidade).
O curso compreende em 27 módulos presenciais com duração de três anos, sendo nove módulos por ano. Os módulos acontecem durante cinco dias corridos em tempo integral, na Escola Família Agrícola Avani da Cunha Lima, no município de Valente.
A organização curricular é organizada a partir de eixos temáticos articulados entre si e as disciplinas da Base nacional Comum, Formação Técnica Geral e Formação Técnica específica, tendo como eixo articulador a Agricultura Familiar: Desenvolvimento e Organização Social. “Os eixos temáticos são recortes da realidade e cada um é aprofundado durante três módulos do curso com possibilidade de alterações a depender da necessidade de aprofundamento. A metodologia e os instrumentos pedagógicos se assemelham com as Escolas Famílias Agrícolas e sua matriz curricular se encontra na fase de ajustes finais na Superintendência de Educação Profissional.
As atividades de mobilização do Proeja Campo começaram a ser executadas em 2010 e as aulas tiveram início em fevereiro deste ano (2011). Já foram realizados cinco módulos onde, nos três primeiros o eixo abordado foi “Agricultura Familiar: Identidades, Culturas e Linguagens”, e do quarto ao sexto módulo, o eixo em debate é acerca do eixo “Processo de Trabalho no Campo”. Além das atividades presenciais (módulos) a turma cumpre atividades no próprio ambiente de vivência, fazendo acompanhamento de famílias da comunidade, como agente multiplicador de assessoria técnica. Estas atividades em comunidades incluem ainda a implantação das unidades de experimentação; diagnósticos participativos; pesquisas sobre temas específicos; e participação em atividades comunitárias (reuniões, formações, cursos, intercâmbios), estágio, dentre outras.
“Estamos no início desta experiência, mas satisfeitos com o seu desenrolar, nosso foco principal é sempre melhorar a qualidade de vida dos nossos agricultores familiares e com este projeto pretendemos encorajar nossos agricultores a atuarem com autonomia, entusiasmo e capacidade para conquistar seu espaço na sociedade”, (Coordenador da FETRAF Rosival Leite).
Pretende-se com a consolidação desta experiência na educação profissional no Estado da Bahia, contribuir para o avanço no acesso e qualidade da educação profissional apropriada para os agricultores/as familiares, contribuindo para uma formação integral e consequentemente para a melhor qualidade de vida da população do Campo. Buscam-se também ampliar parcerias com outras instituições, universidades, movimentos sociais com o objetivo de concretizar uma política pública voltada para a educação do campo que valorize suas especificidades.
